Observação Universal

"Quando alguém pergunta pro autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro." [Mário Quintana]

domingo

Carta suicida do Eu lírico

Sempre fui passiva, pacifista, romântica desorientada e idealista. Achei que as coisas poderiam se resolver
com o meu silêncio e sempre fui resistente à minha própria ira.
Dai, eu sofri..... sofri com as grosserias, com os desrespeito... sofri por não me entedenderem...
sofri por não me entender em certas situações....
Desde então, passei a fazer sem esperar nada em troca.
Em troca disso, fiz tudo por fazer...
Disse que mudaria, mas de contrário, tornei-me amarga e agi igualmente aos meus inimigos, fui grosseira e desleal com as pessoas que eu deveria amar.
Desde então, passei a questionar as imposições da vida....
Simplesmente você nasce em um mundo que te oferece tudo, menos felicidade
Você então deve estudar, trabalhar, honrar pai e mãe e finalmente se casar e dai então, você deve ter filhos e isso é uma família...
Você desenvolve um amor impositivo, e então cria uma proteção maternal como a que sua mãe criou sobre você,  que nada mais é do que mais um desejo humano de ter controle de alguma coisa, de ser líder da vida alheia...
Passei a questionar as amizades, passei a olhar com um olhar frio e prático as relações humanas... Somos inteiramente egoístas
Nos envolvemos por interesses diversos.... interesse de não ficar sozinho, interesse de se testar, de testar, interesses sociais, interesses profissionais... sempre interesses.
Me desencantei ao perceber que não existe relação pura
A mãe protege e educa o filho, porque o seu fracasso é o fracasso no modo como o educou, o amigo te ajuda porque conta com um braço amigo para os próximos problemas.....
E assim as pessoas se decepcionam..... porque cada um recepciona as fragilidades alheias de uma forma... uns oferecem ajuda com palavras firmes, outros com atitudes valiosas.... e uma grande maioria com um "ah, não fica assim, vai dar certo". Quem nega não ser ajuda? Vivemos em um munod que não há manual, mas as coisas se firmam em resultados práticos. Tempo! Grande rebatedor das questões da vida.
Mas mesmo assim, agimos como se todos fossem iguais.... e nos decepcionamos...
Somos tão ingênuos em fazer esperando algo em troca....
Malhamos nosso coração ao contrário. E nos machucamos com nossas próprias espectativas.
Descobri que deixei tanto que me machucassem que virei espectadora das minhas próprias causas, uma marionete onde orgulhos e preconceitos alheios coordenavam meus movimentos.
Descobri uma fragilidade tão alarmante que estava corroendo minhas forças.
Percebi que minha coragem estava toda camuflada num rosto de menina indefesa... Eu identifiquei que meu erro foi me proteger com minhas fraquezas, foi de trabalhar a pena dos outros ao meu favor, foi de permitir que invadam minha vida com imposições tão superficiais, do tipo de gente que não sabe o que diz, porque não sabe sobre o que está falando...
Sou obscura para mim mesma, descobri que mal me conheço porqque não me permito sair de casa todos os dias.
Me tranco dentro de mim...
E sai apenas uma menina com medo de pensar e agir certo, porque se agir, derruba muita gente que se sustenta na sua leveza falsa...
Se os mal feitores são "lobos em pele de cordeiro", o tipo de gente como eu é um  "dinossauro em corpo de borboleta".
Depois de tanto tempo presa nos meus medos bobos, que etram e colisão com minha própria coragem e história de vida, me encontro tão triste, mas tão triste.... Parece um final de história com a frase "sem saída". Sinto dor no coração, medo de pesar em soluções...
Eu queria que não houvesse árvore genealógica, pessoas que importam e nem nada que me prenda... Eu queria fugir com o rabo entre as pernas.... feito um covarde! Covarde triste e cheio de ardor na alma, covarde que vive vazios por medo de dizer sim e não na sua hora certa. [sua]
Vazios que não são completados por se preocupar com o que os outros vão achar.
Queria me jogar no mundo feito mercadoria... Listar todos os paladares, paisagens, etnias, religiões, ideologia... Não quero gente perto de mim, elas me magoam... Não porque são más, mas porque não posso com suas vontades, mas porque eu recebo seus egos como reis e rainhas do meu ser.
Por isso não me prender....
Quero pessoas, mas pessoas diversas, milhares e de todo tipo... Uma por vez, infinitas e esquecíveis....
Quanto a mim, quero ser pequenas lembranças e partir....
Não quero guardar nomes, retratos, promessas, e nem esperanças... Quero permanecer como eu vim ao mundo: eu e eu mesma.
Ali sozinha, no marco zero do primeiro suspir.... pura e inocente para receber a vida...
u estou tão arrependida da forma que vivi por anos... Por ter sido um Baiacu sem veneno... por amarzenar
somente em meu corpo todas as minhas mágoas... Não fui verdadeira comigo mesma.... me traí várias vezes. E essa falta de verdade me mata!
Tentei olhar as coisas de maneira racional, e consegui fingir muito bem. Acotence que toda encenação chega ao fim.
Estou uma louca arrependida, pronta para explodir.
Queria morrer hoje e nascer de novo. Com a pureza de um corpo nú aguardando com unhas e dentes o que o mundo tem para oferecer.
Queria nascer de novo e ser mais Ousada, mais Boca Dura, Mais dura na queda, mais resistente a qualquer gente sem coração..... Ser mais forte com as com coração.
Brigar não só por o que eu quero ser, mas por o que quero que achem que sou.
Estou arrependida de ter deixado de apresentar minha ira, minha raiva e minha opinião.
Hoje vou morrer e nascer oposto. Morrer de maneira literal, nesse palco teatral da vida cotidiana..."