Observação Universal

"Quando alguém pergunta pro autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro." [Mário Quintana]

domingo

A jornada do menino-vadio



Ví um risco na parede, tão longo e tão vazio.
destruidor do limpo, sereno vandalismo
negro e bem fino, e seu spray seletivo
marcante de um só ângulo, chegando
I-N-D-E-F-I-N-I-D-O
só um risco

vi um risco na parece,
sem sombra ou fundamento
flagelado de sua própria arte
intenso de descontentamento

o seu artista
de rua, sem lei, sem musas
sem arte e sem troféu
riscou o muro por não ter papel

inventou um risco infinito,
traçou seu destino
esse menino do spray
em um só risco fez sua fábula
da maloca - sua estrada

sábado

Só um Adendo



Sempre pareci oriental no dia-a-dia
reparem...
nunca levantei a voz à ninguém, nem ao menos contestei
e raramente me descontrolei
Infelizmente, sou latina muito raramente
Mas ultimamente tudo mudou...
Ah, ando tão Mexicana!

Dos doi'esetenta do Fernando



em resposta à esta Grade obra:
(http://fejapimenta.blogspot.com/2010/02/mao-no-meu-bolso-e-o-tapa-na-cara.html)


Discurso do conformista 'lotador'

“ô sinhô num vê
que na nossa cidade grandi
num existe o contestá
num adianta fica nervoso
e se ficá, trate logo de pescá

no nosso mundo preto e cinza o normar é 'caba tudo eim pizza

Porque de dezembro à fevereiro, é tempo de comemorá...
e de março à novembro é a vez de recramá...

Má eu recramo não, é nunca que vai mudá

disculpa aí bom moço dos palavreado bunito,
mas se armentou deixa armentá
em otubro tem as tar de eleição, será que vão se alebrá?

ahh nada, esqueceu que fizeram o metrô, uma ponte em um lugá aí e uns predim de barracos amontoados, de tijolo per'do esgoto?
As passagi cara, má nem o povo vai se alembrá!

cês vão vê, os dois e'sententa fica p'pobri
nois que paga eles não vão se importá

apesar de sêmos a maioria, nossa voíz é mais calada, e não sabemo recramá...
se o rico pegasse onibus, pode acreditá que aumento de passagem seria só quando fosse acrescentá...
No nosso caso o armento foi pra compricá

vou gasta é meus solado’pé pra trata de economiza.
Bem que mia’vó dizia: pobre ainda existe por pura teimosia!”

domingo

minha Éssi Pê




Eita cidade grande ‘daí’, ‘oche’, ‘tchê’, ‘trem’...
Que acomoda alguns poucos conterrâneos e seus muitos mi-emi-imi-grantes...
Grande São Paulo, de tamanho e coração.
E fragilizada, pelas chuvas e enxurradas.
[talvez sejam lágrimas]

Esta é São Paulo... Cidade que me lembra...
Trabalho
Cidade que une o sujo, limpo, simples e luxuoso em um só espaço quadriculado de prédios acinzentados...

São Paulo, cidade que lembra noitadas [Up]
Noite boa é a de São Paulo
As melhores encontram-se nas terras de suas mulheres:
Augusta, Mariana e Madalena, ôoo Madalenaaa!
As noites mais lindas são as paulistas
suas luzes, suas músicas, sua Diversidade [que palavra mais paulista]
Cada caos e euforia sempre vêm acompanhados de uma nova batida.

Ahh São Paulo... Como me lembra: Cinema...
Em cada esquina uma poltrona que te chama, ou te alucina.
Aquele pôster, aquele trailer, só em São Paulo é que o cinema acontece.
Aqui ninguém padece de um gosto só.
E de todos os gostos São Paulo se abastece, sua cultura é infinita e seus braços incalculavelmente estão abertos, é só chegar!

São Paulo é essa cidade que em si guarda todas as cidades...
De norte à sul, de hemisfério à hemisfério.
Tanta história se passou, se passou tanta dor, decepção, mas sempre é bom pensar na superação.
E essas foram muitas, Suas Pilastras chamam-se Superação,
São Paulo é forte e implacável...
Com um PIB que nunca se viu, mas mesmo assim
há miséria, há desordem e as enchentes [ahh Jesus, as enchentes, Vejo que São Pedro não vai muito bem com São Paulo]
Mas nos dias de aniversário só se deve pensar nos presságios, deixar a dor de lado e comemorar!
A vida é toda Agora.

Agora, mas São Paulo a cidade com insônia não pode se esquecer do passado...
Quanta história esconde seus asfaltos, prédios viadutos e favelas...
São tantas páginas, com enredos diferentes, São Paulo é um livro de história, com vitória em todas as páginas...

São Paulo e suas minhocas...
E sem elas como seria? [milagres?]
As minhocas de metal, que rasgam essa cidade, que transporta e alivia levemente o caos...
Porque lá dentro às cinco da tarde, paulista sofre.

E ser paulista?
É tão difícil,
aqui é tudo misturado
que um "paulista-paulista" é quase utopia.
Mas para ser paulista só bastam duas coisas: Calor Humano e Espírito Guerreiro
não pode ser fraco.
E seu princípio deve ser Ir à luta
Na selva de pedra, a cidade que nunca dorme, o bom é sempre estar atento.
Mas o paulista sabe
Quem respira o ar de São Paulo, fragmentado de poeira e mocidade.
Logo cedo entende...

Minha São Paulo
Cresceu com esperança, se tornou maior que ela.
Cidade luz, que ilumina seu Sudeste.
a Terra da Garoa, do samba e do rock...
Recife das oportunidades
Horizonte da esperança
Palco de grandes espetáculos
Terra viva!!!
De lutas passadas, Presente e incansavelmente Futuras...

À um nunca "Boa Noite São Paulo!", a cidade que não dorme.

[Karen Rocha, Paulista por opção]

Eu, modo de usar

Pode invadir
Ou chegar com delicadeza,
mas não tão devagar que me faça dormir.
Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar...

Toque muito em mim
Principalmente nos cabelos
E minta sobre minha nocauteante beleza.

Tenha vida própria
Me faça sentir saudades,
Conte algumas coisas que me façam rir...
Viaje antes de me conhecer,
Sofra antes de mim para reconhecer-me
Acredite nas verdades que digo
E também nas mentiras, que elas serão raras
e sempre por uma boa causa.

Respeite meu choro,
Me deixe sozinha
Só volte quando eu chamar e,
Não me obedeça sempre
que eu também gosto de ser contrariada.
Então fique comigo quando eu chorar, combinado?

Me conte seus segredos...
me faça massagem nas costas

Não fume,
beba,
chore,
Eleja algumas contravenções
Me rapite!
Se nada disso funcionar...
Experimente me amar!

[Martha Medeiros, uma mulher de fibra]
Poesia?

Vida futura dentro do homem requalificado.

Isto

Dizem que finjo ou minto
Tudo o que escrevo. NÃO
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação
Não uso o coração
...
Por isso escrevo em meio
do que não está ao pé
Livre do meu enleio
Sério do que não é
Sintir, sinta quem lê.

(ADIVINHA?)