Observação Universal

"Quando alguém pergunta pro autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro." [Mário Quintana]

domingo

A jornada do menino-vadio



Ví um risco na parede, tão longo e tão vazio.
destruidor do limpo, sereno vandalismo
negro e bem fino, e seu spray seletivo
marcante de um só ângulo, chegando
I-N-D-E-F-I-N-I-D-O
só um risco

vi um risco na parece,
sem sombra ou fundamento
flagelado de sua própria arte
intenso de descontentamento

o seu artista
de rua, sem lei, sem musas
sem arte e sem troféu
riscou o muro por não ter papel

inventou um risco infinito,
traçou seu destino
esse menino do spray
em um só risco fez sua fábula
da maloca - sua estrada

3 comentários:

Joakim Antonio disse...

E cada um escolhe o tipo de papel onde quer colocar seu versos!

Parabéns!

Fernando disse...

E muitos sãos os papéis dos muitos artistas deste mundo.

"o seu artista
de rua, sem lei, sem musas
sem arte e sem troféu
riscou o muro por não ter papel"

LEGAL!

Super musical. Ótima ideia. Gostei!!!

Rocha Farias disse...

Gostei,

Estou fazendo uma pesquisa, um laboratório urbano, e esse poema diz muita coisa. Gostei muito!


Amo você!