Observação Universal

"Quando alguém pergunta pro autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro." [Mário Quintana]

domingo

Do outro lado da porta


Passa quase que por despercebido...
Quando não é a gente que passa...
Por aquilo que não foi correspondido!
Tão incompreensível...
Como um imortal afiado
De veneno e perigo...
Somos donos do jogo
A bola da vez...
Senhores do Destino

Daí então, quando chega a nossa vez...
De estar do outro lado...
Tornamo-nos vulneráveis...
Solitários, intolerantes à falta de reciprocidade...
Amamos de olhos fechados, sem olhar pra trás
Sem olhar p’ra nada...
Somos agora escravos...
Donos de um sentimento unilateral e inconveniente...

De um lado da porta, do outro lado...
sempre vítimas...
com certas peculiaridades:
De um lado somos fortes e implacáveis: amam-nos, nos amam
Aclamamos com autoridade...
Do outro, somos tristeza e poesia: quero-te, te quero...
Imploramos com sinceridade...

Não há romance, por não haver misericórdia, por não haver tragédia!
Travam o não e o sim uma batalha...
Invencível são os sentimentos...
Sentimentos opostos e aflitos
O lado do rio pesa, pondera... medo de estar errado!
Medo de ser malvado, medo de passar por isso...
O outro lado do rio chora, questiona... não tem medo...
Está na batalha... pela conquista!

Somos todos carnes mortíferas, sólidas e sozinhas...
Que quando aflora... sente calafrios
Quer ter a certeza de que não está sozinho...
Mas  uma hora, numa flechada de sorte do cupido...
Acha-se – agarram-se  e se soltam....
P’ra sofrer tudo outra vez...

Essa vida vulga ingrata...
Quer da gente é espírito de aventura
Para  rir e chorar quando fora a hora....
De fazer valer a pena a dor e a alegria
De amar,
Desamar...
Criar sentimentos....
Desvendar o acaso....
Desse infinito colateral.

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